Capitulo 1
Joseph Jonas saltava os degraus da escada que levava ao apartamento de
Demetria Lovato, praguejando contra o espírito boêmio que a levara a alugar um
imóvel no 5º andar de um edificio sem elevador.
- Demi! - chamou preocupado enquanto batia na porta.
Ela telefonara pouco antes dizendo estar encrencada e precisando de socorro
urgente. A viagem de quinze minutos fora uma agonia, porque não tinha idéia do
tipo de problema em que a velha amiga se metera dessa vez.
- Estou indo - respondeu uma voz feminina
A porta se abriu. Metade dos cabelos castanhos de Demetria estavam presos
num rabo de cavalo, e a outra metade caia solta pela nuca. O robe desbotado
cobria sua velha camiseta de futebol, uma peça que ela tomara emprestada no
ginásio e nunca mais devolvera. Sempre que Joe pedia a camiseta, Demetria
respondia que ela estava suja e que a devolveria depois de lavá-la. Mais de 10
anos se passaram. Ou ela tinha os piores hábitos de higiene que um ser humano
pode ter, ou pretendia ficar com a camiseta. Demetria parecia estar bem. Um pouco nervosa, mas era só isso. E depois de
todas as possibilidades assustadoras que haviam passado por sua cabeça, uma
velha camiseta de futebol não era totalmente uma preocupação.
- Tudo bem? - Joe entrou no
apartamento, fechou a porta e deixou o paletó sobre uma cadeira antes de ir
sentar-se no sofá - Parece pálida. Ela sentou numa almofada vizinha.
- Desta vez estou mesmo encrencada - disse - Por que estou sempre me
metendo em confusões? Tenho quase 22 anos, um emprego bem remunerado, sucesso
profissional... Lavander Brown aprovou o vestido que criei para vesti-la na
entrega do premio em Tenessee, é minha maior encomenda. Selena esta quase tão
animada quanto eu, ia telefonar para você esta noite e contar tudo, talvez ate
convidá-lo para uma celebração... Não sei como essas coisas acontecem. Tomo
minhas vitaminas todos os dias, corro dez quilômetros todos os domingos...
Joe ergueu uma sobrancelha. Estivera
com Demetria em mais de uma dessa corridas. Ela riu..
- Tudo bem, caminho depressa...
- E pára em todas as barracas de cachorro-quente e lojas de doce no
caminho.
- Mas pelo menos caminho. E não é esse o ponto. Quero dizer que não sou
nenhuma idiota, cuido de minha saúde, e mesmo assim...
- O que foi desta vez?
- Isto - ela abriu o robe com um movimento teatral, apoiando as pernas
sobre a mesa de café. Estavam cobertas por... alguma coisa.
- Mas o que...? Demi, o que foi que fez agora?
Podia ver as lagrimas em seus olhos e foi tomado por uma onde de compaixão.
- Vou para a praia no próximo final de semana para cuidar do meu bronzeado
- ela respondeu como se a afirmação explicasse tudo.
- E daí?
- Bem, não queria pernas peludas! Quero dizer, sou morena! Era de se
esperar que os pêlos de minhas pernas existissem, mas que fossem finos
diferente dos cabelos que cobrem minha cabeça. Infelizmente tenho pêlos pretos
e grossos. Uso a lâmina de barbear todas as manhãs, e no final da tarde já
posso sentir a pele áspera e ver aquela horrível sombra escura. É embaraçoso.
Por isso decidi usar cera depilatória. - Joe tirou um lenço do bolso e entregou-o á amiga, que chorava copiosamente.
Ela assoou o nariz de maneira pouco delicada ou feminina.
- Então decidiu depilar as pernas! E daí? O que há de errado nisso?
Um soluço brotou de seu peito.
- Dói! Tirei a primeira faixa de cera e pensei que fosse desmaiar de dor.
Agora não tenho coragem para tirar o restante. Passei a tarde toda sentada,
tentando reunir forças, mas sinto-me incapaz de prosseguir.
- E quer que eu termine pra você? - a apreensão desapareceu por completo.
Joe sentiu os lábios distendidos,
embora tentasse conter o riso. Sabia que Demetria acabaria vendo o humor da
situação, mas não enquanto o momento não passasse.
- Não pensei que pudesse ser pior do que quando pedi sua ajuda para recuperar
meu anel de formatura - ela disse.
- Nada pode ser tão terrível! - A lembrança era clara, embora tentasse
enterrá-la de vez. O animal de estimação de Demetria, um gato chamado Muff,
havia comido seu anel de formatura do ginásio, e o veterinário dissera que
eventualmente a jóia seria expelida. Joe
passara boa parte da semana examinando os... restos alimentares do gato
em busca do anel. Demetria jurava ficar enjoada com a tarefa, e os pais dela se
recusaram a ajudá-la.
- Você finalmente o encontrou - recordou ela com tom triunfante. O sorriso
radiante quase compensava a tarefa - E até limpou o anel para mim.
- Mas você nunca mais voltou a usá-lo!
- E você teria usado? - Os soluços transformaram em uma gargalhada.
Essa era uma das características de Demetria, ela nunca conseguia
decidir-se por um estado de espírito. E quando estava com ela, o humor de
Joe oscilava com a mesma rapidez. Demetria envolvia-se em situações ridículas e esperava que ele a ajudasse.
Depois, de alguma forma, conseguia fazê-lo sentir-se uma espécie de cruzamento
entre um cavaleiro medieval e bobo da corte.
- Então acredita que tirar a cera de suas pernas será mais fácil do que
explorar os restos das refeições de Muff?
- Para você, não para mim. Não imagina como dói. - ela se moveu no sofá e
colocou a perna direita sobre os joelhos de Joe - Imaginei que seria mais fácil se conversássemos e você puxasse a cera
quando eu menos esperasse e... Ai! - Demetria removeu a perna e massageou a
região dolorida. Ele jogou a fita de papel coberta por cera e pêlos sobre a
mesa de café.
- Não disse que eu devia puxar quando não estivesse esperando?
- Mas tinha de esperar que eu estivesse distraída - E devolveu a perna no
local de origem, sobre os joelhos do amigo. Ele massageou a região irritada.
- Hmm, ok, me desculpe! Lembra-se de quando tinha 10 anos e decidiu que era capaz de pular do
trampolim?
- E daí? Podia ter dado certo.
- Se você houvesse pulado. Saltar da plataforma e agarrar-se nela não foi
exatamente uma boa idéia. Você ficou pendurada lá em cima...
- Tive medo de cair com muita força e quebrar alguma coisa.
- Por isso ficou gritando para que eu a ajudasse a descer. - Joe removeu outra faixa de cera.
- Ai! Devia tê-lo chutado com mais força.
- Usou força suficiente para quebrar meus óculos - Ele removeu mais uma
tira.
- Ei, está indo depressa demais. Não tive tempo para recuperar-me da última
faixa de cera.
- Desculpe-me. Mas já que estamos quase terminando esta perna. Alguma
novidade?
- Desde ontem, quando conversamos pela última vez? Vejamos... Oh sim, terminei
com Chad.
Joe nunca havia gostado do sujeito.
Ele tinha olhos cinzentos e um hábito persistente de brincar com os cabelos de
Demetria. Não sabia porque, mas o gesto o irritava. Mesmo assim, tentou parecer
solidário.
- Sinto muito. Estavam namorando há quase um ano, não? O que aconteceu?
- Ontem à noite, quando fomos jantar, percebi que éramos incompatíveis.
Joe puxou mais uma tira de cera, e
dessa vez Demetria contentou-se com um olhar furioso.
- Por quê?
- Ele também pediu fetuccine.
Estava habituado à lógica distorcida da velha amiga. Era um advogado, e
passava o dia todo vasculhando montanhas de argumentos em busca da verdade.
Mas, com Demetria, o exame de palavras e frases era sempre mais difícil.
5 pra proxima...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk imaginei a cena, Joe virando depilador
ResponderExcluirja amei essa fic e so ta no começo
eu quero maisssss
ResponderExcluirTEM HOT, NÉ? U_U
ResponderExcluirADOOOORO TODA, QRO UM DEPILADOR DESSE =)
(ALYSHA)
joe nunca gostou do chad.... nem sei pq rsrsrrsrsrs HAHAHHA
ResponderExcluirJoe nuca gostou que o Chad pegasse os cabelos da Demi, porque será, hein? Porque? HAHAHAHAH.
ResponderExcluirCoitado do Joe teve que vasculhar os restos alimentares do gato e agora depilador hahaha mas to amando a fic!!
ResponderExcluirCaramba, é como se eu realmente estivesse dentro da história. Você escreve muito bem. Continua, continua!
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