sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Capitulo 3


Anteriormente...

Demetria dirigiu-se ao banheiro, e Joe não resistiu ao impulso de acompanhá-la com os olhos, apreciando o movimento sinuoso dos quadris. Sua velha amiga era uma bela mulher. Ele afastou o pensamento. Eram amigos há tanto tempo, que estava acostumado com Demetria. Demetria Devonne Lovato era quase uma irmã. E uma jovem de sorte por não ter insistido na paixão adolescente. Caso contrário, Joe teria arruinado o relacionamento que tinham construído. Tinha um jeito todo especial para agir de maneira errada com o sexo oposto. De fato, ambos tinham muita sorte por não terem ido além de uma simples experiência de respiração artificial...
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Demetria examinou a cômoda que mantinha no banheiro. Jantar com Joe nunca significava comer um sanduíche na lanchonete da esquina, e por isso não podia vestir uma calça jeans. Melhor assim. Adorava vestir-se com mais cuidado. Era quase um vicio profissional. E como funcionária de uma loja de vestidos antigos, tinha diversas oportunidades de exercitar o hobby. E naquela semana cometera um adorável excesso. Comprara o vestido perfeito para aquela noite. A peça chegara à loja na semana anterior, e nada seria melhor para a ocasião. Colocaria em prática o plano que havia traçado com cuidado. O vestido era branco, quase virginal, pelo menos quando estava no cabide. Mas quando o vestira... Demetria sorriu, deixando o tecido macio deslizar por seu corpo e examinando-se no espelho preso à parede. Sim, o vestido que parecera virginal no cabide era pura tentação quando usado sobre um corpo feminino. E naquela noite precisava desempenhar o papel de tentadora para atingi-lo. Sentia-se um pouco culpada pelo que tramava fazer, mas reconhecia a necessidade do uso de subterfúgios... Joe era teimoso demais para o próprio bem. E era apenas o bem dele que tinha em mente. Notara os círculos escuros em torno de seus olhos, um traço que se tornara permanente nos últimos meses, e também havia percebido que o velho amigo perdera alguns quilos. Ainda lamentava o fim se seu último relacionamento. Por isso tinha de superar a culpa e concentrar-se no plano. Talvez não fosse muito honesto, mas era pelo bem de Joe. Ele era teimoso demais para perceber que precisava afastar-se, mas não seria capaz de resistir ao impulso de agir como um herói. Assim, jamais saberia que era ela quem o resgatava. Os sapatos brancos de salto alto completaram o traje. Depois de prender os cabelos num coque simples, perfumar-se e adornar-se com algumas bijuterias e maquiagem leve, decidiu que estava pronta.

- Podemos ir - anunciou entusiasmada ao entrar na sala.

Joe assobiou, e ela girou em torno de si mesma.

- Gostou?

- O que fiz para merecer um vestido como esse?

Ele estava caindo na armadilha. Desempenhando seu papel, Demetria encolheu os ombros.

- Nada. Não é para você. Já que vai me levar a um restaurante, eu quero estar bem. Afinal, sou uma mulher livre e sozinha, e o homem dos meus sonhos pode estar em qualquer lugar. Quero estar pronta para conhecê-lo.

O sorriso de Joe perdeu parte do brilho.

- Pronta... para quê?

- Para qualquer coisa. Ninguém sabe o que vai encontrar quando sai de casa - E dirigiu-se à porta.

- Concordo com você, Dem. Mas não sei se devia apelar para uma publicidade tão... direta.

- O que quer dizer? Meu vestido é muito decente.

Joe mantinha os braços cruzados e a testa franzida.

- Decente não é a palavra que eu teria escolhido para descrever seu vestido.

- Não vou mudar de roupa. Pense bem. Se não conseguir encontrar um namorado esta noite, terei de comer a comida que faço. Não é esse o destino que quer para sua melhor amiga, é?

Ele suspirou e caminhou para a porta. Demetria saiu atrás dele e trancou o apartamento.

- Está com algum outro problema? Quero dizer, algo mais o aborrece, alem do vestido? - Tinha suas suspeitas. Joe enfrentava o mesmo problema há meses - Ashley?

Ele se virou com uma expressão estranha. Depois balançou a cabeça e começou a descer a escada.

- Não há nada de errado. Apenas o cansaço.

- Oh, sim, deve estar exausto - Sorrindo decidiu esconder a preocupação. Afinal, tinha um plano perfeito - Tem trabalhado demais. Não saímos juntos há semanas.

- Você estava namorando, lembra-se?

- Agora não estou mais. E quando quiser falar sobre Ashley, estarei pronta para ouvi-lo.

Para ele havia o trabalho, e depois mais trabalho. Pelo menos era assim desde que Ashley o deixara. Na verdade, seu trabalho no escritório de advocacia Ericson e Roberts sempre havia sido uma prioridade. Durante os cinco anos desde que começara a trabalhar lá, encontrara seu nicho e se esforçara para preservá-lo. Mas desde que o romance com Ashley acabara, não havia apenas se esforçado. Trabalhara como se não houvesse mais nada em sua vida. Demetria o observara impotente, sem saber como confortá-lo ou de que forma convencê-lo a reduzir a carga de trabalho. Trabalhar como um louco era seu jeito de lidar com a perda de Ashley. Ashley... O rompimento era um dos poucos assuntos que o fazia mergulhar no silêncio. Demetria sabia que o amigo ainda estava sofrendo. Era seu trabalho cuidar para que ele se afastasse do escritório por um tempo, o suficiente para recuperar-se. Joe era um homem de vinte e quatro anos de idade à beira de um infarto. E ela era uma mulher de vinte e um disposta a tudo para salvá-lo.

- Vamos lá, garotão, estou faminta! - Ela entrou no carro e ajustou o cinto de segurança.

- Você está sempre com fome.

- Exatamente. E acha justo que, sabendo que deve alimentar-me regularmente, fique aí parado, enquanto a comida está longe daqui?

- Já estamos indo.

Seguiram num silêncio confortável. Demetria sorriu, ao ver que paravam em frente do Bayside Country club, o clube de Joe. Na primeira vez em que ele a levara ali, sentira-se deslocada, mas só até a refeição ser servida. A verdade era que se sentia à vontade onde quer que houvesse boa comida, e o Bayside tinha os melhores pratos de Los angeles.

- Olá Martin - ela cumprimentou o maître

- Ah, Sr. Jonas e a jovem Demetria. Que prazer!

Demetria permitiu que Martin tomasse sua mão para um beijo terno.

- Não temos reservas, e a culpa é toda minha. Ofereci-me para cozinhar pra Joe, e o pobre-coitado ficou tão apavorado que decidiu me trazer aqui.

- Há sempre uma mesa pra vocês aqui - Martin levou-os a um canto mais tranqüilo do salão - Querem pedir um aperitivo?

- Comida, meu caro amigo. Apenas comida. É a única coisa capaz de salvar meu coração partido.

- Mais um namorado perdido? - o maître perguntou a Joe.

- Ela disse que o homem não sabia beijar.

Demetria encarou-o com ar crítico e decidiu oferecer uma explicação.

- Bem, beijar é importante. Mas, pior do que isso, o sujeito não sabia escolher seu jantar.

- Ah, então cometeu um crime imperdoável. E falando em boa comida Vicenzo criou um novo molho para massa que vai fazê-la esquecer todos os problemas.

- Estou tão abalada, que não sei se poderei apreciá-lo de maneira justa. Mas prometo que vou me esforçar.

- E eu vou querer camarão. - Joe anunciou.

- Como sempre senhor. Vou apressar o pedido.

Assim que Martin afastou-se Demetria fez uma careta para Joe.

- Está vendo? Alguém percebe que sofri uma grande perda.

- Foi você quem rompeu o namoro.


Joe sempre tentava fazer um rompimento lógico. O que ele não entendia era que o coração não usava lógica. Não havia como empurrá-lo em uma direção que ele não desejava seguir. Aprendera essa lição no ginásio, depois de um beijo que a fizera entender que ele era mais que um vizinho e um amigo. Infelizmente, o coração de Joe permanecera adormecido. No terceiro ano conhecera Mandy, a chefe de torcida, e depois seguiu em frente com uma longa lista de sucessoras. Observara como Joe tentava analisar o rompimento com Ashley há meses, sem nenhum resultado positivo. Se pudesse conversar com ele sobre o assunto, teria tentado o provar que a mulher nunca foi sua metade ideal. Mas Joe se negava a discutir o fim da relação. E sabia que ele teria que enxergar a verdade por si mesmo. Precisava de tempo e distância, não de discursos. E era aí que seu plano entrava em cena...


- Posso ter sido responsável pelo fim do namoro, mas ainda assim sofri pela perda. E isso me faz lembrar outro problema.

- Problema?

Sentindo que o jogo havia começado, Demetria fez o primeiro movimento.

- Esqueça. Estou certa de que encontrarei alguém disposto a me ajudar. Afinal, você mesmo disse que o vestido é impressionante.

- Eu não disse isso!

Joe, sempre literal e pronto para argumentar. Literal, mas previsível. Apesar da vontade de rir, Demetria manteve o ar aborrecido.

- Não disse? Bem, talvez tenha insinuado. De qualquer maneira, logo descobrirei sozinha o verdadeiro poder de impacto deste vestido. O que acha de eu ir ao bar enquanto esperamos pelo jantar? Talvez eu encontre alguém disposto a me ajudar.

- Demi, babe, você sabe que a ajudarei, se puder.

- Não. Sou perfeitamente capaz de resolver meu problema sozinha. Sabe que odeio importuná-lo com minhas pequenas dificuldades.

- Demi... - Havia uma nota irritada na voz dele.

- Por que insiste em agir como se eu fosse uma perfeita incapaz? Sou uma mulher adulta. Tenho certeza de que encontrarei uma solução satisfatória para tudo isso.

- Demi...

- Teria encontrado uma forma de remover toda aquela cera sem sua ajuda. Não quero mais incomodá-lo com meus problemas.

- Afinal, qual é o problema? - ele perguntou impaciente

- Não precisa gritar comigo!!

- Me desculpe.

- Tudo bem - ela choramingou

Joe inclinou-se e tocou seu queixo com a ponta do dedo.

- Agora me diga, que problema é esse?

4 pra proxima...

OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS!!!

4 comentários:

  1. "- Agora me diga, que problema é esse?" hmm.. também quero saber Joe! kkk

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  2. aaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh o q essa doida ta aprontando?
    li via celular mas so agora em casa pude comentar

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  3. Como vc para nessa parte??! Isso é crueldade!! Posta logo pf to doida pra descobrir o plano da Demi
    aqui é a Samy do Twitter

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