Capitulo 3
Anteriormente...
Demetria dirigiu-se ao banheiro, e Joe não resistiu ao impulso de acompanhá-la com os olhos, apreciando o movimento sinuoso dos quadris. Sua velha amiga era uma bela mulher. Ele afastou o pensamento. Eram amigos há tanto tempo, que estava acostumado com Demetria. Demetria Devonne Lovato era quase uma irmã. E uma jovem de sorte por não ter insistido na paixão adolescente. Caso contrário, Joe teria arruinado o relacionamento que tinham construído. Tinha um jeito todo especial para agir de maneira errada com o sexo oposto. De fato, ambos tinham muita sorte por não terem ido além de uma simples experiência de respiração artificial...
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Demetria examinou a cômoda que mantinha
no banheiro. Jantar com Joe nunca
significava comer um sanduíche na lanchonete da esquina, e por isso não podia
vestir uma calça jeans. Melhor assim. Adorava vestir-se com mais cuidado. Era
quase um vicio profissional. E como funcionária de uma loja de
vestidos antigos, tinha diversas oportunidades de exercitar o hobby. E naquela
semana cometera um adorável excesso. Comprara o vestido perfeito para aquela
noite. A peça chegara à loja na semana anterior, e nada seria melhor para a
ocasião. Colocaria em prática o plano que havia traçado com cuidado. O vestido era
branco, quase virginal, pelo menos quando estava no cabide. Mas quando o
vestira... Demetria sorriu, deixando o tecido macio deslizar por seu corpo e
examinando-se no espelho preso à parede. Sim, o vestido que parecera virginal
no cabide era pura tentação quando usado sobre um corpo feminino. E naquela
noite precisava desempenhar o papel de tentadora para atingi-lo. Sentia-se um pouco culpada pelo que tramava
fazer, mas reconhecia a necessidade do uso de subterfúgios... Joe era teimoso demais para o próprio bem. E era
apenas o bem dele que tinha em mente. Notara os círculos escuros em torno de
seus olhos, um traço que se tornara permanente nos últimos meses, e também
havia percebido que o velho amigo perdera alguns quilos. Ainda lamentava o fim
se seu último relacionamento. Por isso tinha de superar a culpa e concentrar-se
no plano. Talvez não fosse muito honesto, mas era pelo bem de Joe. Ele era
teimoso demais para perceber que precisava afastar-se, mas não seria capaz de
resistir ao impulso de agir como um herói. Assim, jamais saberia que era ela
quem o resgatava. Os sapatos brancos de salto alto completaram o traje. Depois
de prender os cabelos num coque simples, perfumar-se e adornar-se com algumas
bijuterias e maquiagem leve, decidiu que estava pronta.
- Podemos ir - anunciou entusiasmada ao
entrar na sala.
Joe assobiou, e ela girou em torno de si mesma.
- Gostou?
- O que fiz para merecer um vestido como esse?
Ele estava caindo na armadilha.
Desempenhando seu papel, Demetria encolheu os ombros.
- Nada. Não é para você. Já que vai me
levar a um restaurante, eu quero estar bem. Afinal, sou uma mulher livre e sozinha,
e o homem dos meus sonhos pode estar em qualquer lugar. Quero estar pronta para
conhecê-lo.
O sorriso de Joe perdeu parte do brilho.
- Pronta... para quê?
- Para qualquer coisa. Ninguém sabe o que
vai encontrar quando sai de casa - E dirigiu-se à porta.
- Concordo com você, Dem. Mas não sei se
devia apelar para uma publicidade tão... direta.
- O que quer dizer? Meu vestido é muito
decente.
Joe mantinha os braços cruzados e a testa franzida.
- Decente não é a palavra que eu teria
escolhido para descrever seu vestido.
- Não vou mudar de roupa. Pense bem. Se
não conseguir encontrar um namorado esta noite, terei de comer a comida que
faço. Não é esse o destino que quer para sua melhor amiga, é?
Ele suspirou e caminhou para a porta.
Demetria saiu atrás dele e trancou o apartamento.
- Está com algum outro problema? Quero
dizer, algo mais o aborrece, alem do vestido? - Tinha suas suspeitas. Joe enfrentava o mesmo problema há meses -
Ashley?
Ele se virou com uma expressão estranha.
Depois balançou a cabeça e começou a descer a escada.
- Não há nada de errado. Apenas o
cansaço.
- Oh, sim, deve estar exausto - Sorrindo
decidiu esconder a preocupação. Afinal, tinha um plano perfeito - Tem
trabalhado demais. Não saímos juntos há semanas.
- Você estava namorando, lembra-se?
- Agora não estou mais. E quando quiser
falar sobre Ashley, estarei pronta para ouvi-lo.
Para ele havia o trabalho, e depois mais
trabalho. Pelo menos era assim desde que Ashley o deixara. Na verdade, seu
trabalho no escritório de advocacia Ericson e Roberts sempre havia sido uma
prioridade. Durante os cinco anos desde que começara a trabalhar lá, encontrara
seu nicho e se esforçara para preservá-lo. Mas desde que o romance com Ashley acabara,
não havia apenas se esforçado. Trabalhara como se não houvesse mais nada em sua
vida. Demetria o observara impotente, sem saber como confortá-lo ou de que
forma convencê-lo a reduzir a carga de trabalho. Trabalhar como um louco era
seu jeito de lidar com a perda de Ashley. Ashley... O rompimento era um dos
poucos assuntos que o fazia mergulhar no silêncio. Demetria sabia que o amigo
ainda estava sofrendo. Era seu trabalho cuidar para que ele se afastasse do
escritório por um tempo, o suficiente para recuperar-se. Joe era um homem de vinte e quatro anos de idade
à beira de um infarto. E ela era uma mulher de vinte e um disposta a tudo para
salvá-lo.
- Vamos lá, garotão, estou faminta! - Ela
entrou no carro e ajustou o cinto de segurança.
- Você está sempre com fome.
- Exatamente. E acha justo que, sabendo
que deve alimentar-me regularmente, fique aí parado, enquanto a comida está
longe daqui?
- Já estamos indo.
Seguiram num silêncio confortável.
Demetria sorriu, ao ver que paravam em frente do Bayside Country club, o clube
de Joe. Na primeira vez em que ele a levara ali, sentira-se deslocada, mas só
até a refeição ser servida. A verdade era que se sentia à vontade onde quer que
houvesse boa comida, e o Bayside tinha os melhores pratos de Los angeles.
- Olá Martin - ela cumprimentou o maître
- Ah, Sr. Jonas e a jovem Demetria. Que
prazer!
Demetria permitiu que Martin tomasse sua
mão para um beijo terno.
- Não temos reservas, e a culpa é toda
minha. Ofereci-me para cozinhar pra Joe, e o pobre-coitado ficou tão apavorado
que decidiu me trazer aqui.
- Há sempre uma mesa pra vocês aqui -
Martin levou-os a um canto mais tranqüilo do salão - Querem pedir um aperitivo?
- Comida, meu caro amigo. Apenas comida.
É a única coisa capaz de salvar meu coração partido.
- Mais um namorado perdido? - o maître
perguntou a Joe.
- Ela disse que o homem não sabia beijar.
Demetria encarou-o com ar crítico e
decidiu oferecer uma explicação.
- Bem, beijar é importante. Mas, pior do
que isso, o sujeito não sabia escolher seu jantar.
- Ah, então cometeu um crime imperdoável.
E falando em boa comida Vicenzo criou um novo molho para massa que vai fazê-la
esquecer todos os problemas.
- Estou tão abalada, que não sei se
poderei apreciá-lo de maneira justa. Mas prometo que vou me esforçar.
- E eu vou querer camarão. - Joe anunciou.
- Como sempre senhor. Vou apressar o
pedido.
Assim que Martin afastou-se Demetria fez
uma careta para Joe.
- Está vendo? Alguém percebe que sofri
uma grande perda.
- Foi você quem rompeu o namoro.
Joe sempre tentava fazer um rompimento lógico. O que ele não entendia era
que o coração não usava lógica. Não havia como empurrá-lo em uma direção que
ele não desejava seguir. Aprendera essa lição no ginásio, depois de um beijo
que a fizera entender que ele era mais que um vizinho e um amigo. Infelizmente,
o coração de Joe permanecera adormecido. No terceiro ano conhecera Mandy, a chefe de torcida, e depois
seguiu em frente com uma longa lista de sucessoras. Observara como Joe tentava analisar o rompimento com Ashley há
meses, sem nenhum resultado positivo. Se pudesse conversar com ele sobre o
assunto, teria tentado o provar que a mulher nunca foi sua metade ideal. Mas
Joe se negava a discutir o fim da
relação. E sabia que ele teria que enxergar a verdade por si mesmo. Precisava
de tempo e distância, não de discursos. E era aí que seu plano entrava em cena...
- Posso ter sido responsável pelo fim do
namoro, mas ainda assim sofri pela perda. E isso me faz lembrar outro problema.
- Problema?
Sentindo que o jogo havia começado,
Demetria fez o primeiro movimento.
- Esqueça. Estou certa de que encontrarei
alguém disposto a me ajudar. Afinal, você mesmo disse que o vestido é
impressionante.
- Eu não disse isso!
Joe, sempre literal e pronto para
argumentar. Literal, mas previsível. Apesar da vontade de rir, Demetria manteve
o ar aborrecido.
- Não disse? Bem, talvez tenha insinuado.
De qualquer maneira, logo descobrirei sozinha o verdadeiro poder de impacto
deste vestido. O que acha de eu ir ao bar enquanto esperamos pelo jantar? Talvez eu encontre alguém disposto a me ajudar.
- Demi, babe, você sabe que a ajudarei,
se puder.
- Não. Sou perfeitamente capaz de
resolver meu problema sozinha. Sabe que odeio importuná-lo com minhas pequenas
dificuldades.
- Demi... - Havia uma nota irritada na
voz dele.
- Por que insiste em agir como se eu
fosse uma perfeita incapaz? Sou uma mulher adulta. Tenho certeza de que
encontrarei uma solução satisfatória para tudo isso.
- Demi...
- Teria encontrado uma forma de remover
toda aquela cera sem sua ajuda. Não quero mais incomodá-lo com meus problemas.
- Afinal, qual é o problema? - ele
perguntou impaciente
- Não precisa gritar comigo!!
- Me desculpe.
- Tudo bem - ela choramingou
Joe inclinou-se e tocou seu queixo com a ponta do dedo.
- Agora me diga, que problema é esse?
4 pra proxima...
OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS!!!
"- Agora me diga, que problema é esse?" hmm.. também quero saber Joe! kkk
ResponderExcluirSOCORROOOOO. POSTA MAIS ):
ResponderExcluiraaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh o q essa doida ta aprontando?
ResponderExcluirli via celular mas so agora em casa pude comentar
Como vc para nessa parte??! Isso é crueldade!! Posta logo pf to doida pra descobrir o plano da Demi
ResponderExcluiraqui é a Samy do Twitter