segunda-feira, 10 de março de 2014

Capitulo 4 


Anteriormente...

- Teria encontrado uma forma de remover toda aquela cera sem sua ajuda. Não quero mais incomodá-lo com meus problemas.

- Afinal, qual é o problema? - ele perguntou impaciente

- Não precisa gritar comigo!!

- Me desculpe.

- Tudo bem - ela choramingou

Joe inclinou-se e tocou seu queixo com a ponta do dedo.

- Agora me diga, que problema é esse?

___


- Lembra-se que quando você chegou em minha casa? Eu disse que estava depilando as pernas por que ia à praia no final de semana para bronzear-me?

- Sim, eu me lembro de tudo que disse.

- Esse é o problema!

- Mas já removemos cera de suas pernas

- Não estou me referindo a cera, mas à praia.

- O que tem a praia? - Tinha a sensação de que estava mais confuso a cada resposta que ouvia.

A ilha Presque Isle, era uma península que tocava um grande lago, abrigava praias maravilhosas e criava baías acolhedoras que ficavam a poucos minutos da cidade. Demetria adorava freqüentá-las durante o verão e sempre tentava convencê-lo a acompanhá-la. Mas desta vez tinha algo diferente em mente.

- Preciso de uma companhia masculina – disparou - Esperava que.. conhecesse alguém.

- Por que precisa de um homem?

- Porque apenas casais são permitidos nessa praia

Joe riu.

- Demi, de onde tirou essa idéia? Qualquer pessoa pode ir a Presque Isle. Afinal estamos falando sobre uma Ilha praticamente... turística.

- Uma Ilha "praticamente" - Demi mecheu com os dedos ao infatizar a palavra a colocando entre aspas - turística... que não inclui a península, Amore Island. Lembra-se? Já falei com você sobre o lugar. A agência de viagem de Selena estava oferecendo um pacote especial, e Chad e eu já havíamos decidido aproveitar. Agora que rompi com Chad, não sei o que fazer.

- Não estou entendendo.

Para um advogado, ele podia ser inteligente. Era perspicaz com os contratos que defendia, mas incapaz de seguir meia dúzia de argumentos simples. Devagar, como se falasse com uma criança pequena, Demetria explicou:

- Trata-se de um hotel para casais. Como não faço mais parte de um casal, eles não permitirão minha entrada no lugar ou na praia.

- E quer que eu apresente aos meus amigos e que a ajude a encontrar um substituto? - falou e em seguida tomou um dos copos de agua que se encontravam sobre a mesa.

Demetria balançou a cabeça e sentiu o coque desmoronar. Suspirando, soltou-o e deixou os cabelos caírem livres sobre os ombros.

- Não Joe - respondeu - Quero você...

Joe expeliu uma grande quantidade de água pelo nariz e começou a tossir, o que atraiu os olhares preocupados dos outros freqüentadores do restaurante.

- O que? - ele arfou quando foi capaz de respirar novamente.

- Quero que vá comigo e finja que somos um casal. Não posso ir sem um homem, e pensei que você poderia ser...

- Pensou que eu pudesse ser um homem?

- Não, pensei que pudesse fingir que é meu homem enquanto desfrutamos de férias inesquecíveis, cortesia de Chad.

- Quer dizer que Chad pagou pelo pacote e você vai usá-lo?

Essa era parte do plano que despertava uma certa culpa. Enganar Joe pensando em seu bem era uma coisa, mentir era outra. Mas não tinha alternativa.

- Ele disse que não queria ir, e que eu devia aproveitar para descansar. Não brigamos. Apenas rompemos de maneira civilizada e amistosa.

Joe estudou-a com ar intrigado.

- Vejamos se entendi bem. Esteve envolvida com Chad durante um ano, mas rompeu o relacionamento ontem à noite porque ele pediu fetuccine e não sabe beijar como eu.

Demetria assentiu...

- E, por ter sido um rompimento amistoso, ele sugeriu que desfrutasse de férias pagas em um hotel de casais. E você imaginou que eu aceitaria ser a outra metade do seu casal inexistente?

- Esqueceu a cera. Depilei minhas pernas para ir à praia, e vou exibi-las de uma forma ou de outra.

- E a praia do tal hotel é melhor do que Presque Isle?

- Não sei se é melhor. É apenas... distante e diferente. Lá existem teatros, cinemas, boates e... Ora, Joe, estamos falando de um playground pra adultos, uma terra de sonhos separada da realidade por um oceano. Quem pode querer mais? Você tem trabalhado demais. Achei que podia aproveitar a oportunidade para relaxar. E eu quero bronzear-me e beber piñas coladas. Ah, qual é? Diversão Joseph!

Ele balançou a cabeça, indicando que pretendia oferecer uma desculpa.

- Demi, sabe que eu faria qualquer coisa por você, mas não sei se posso me afastar de tudo, especialmente com tão pouca antecedência para os preparativos necessários.

- Você não tira férias há anos

- Mas...

- Além do mais, está mais habituado aos contratos do que à corte, onde tem passado quase todo o seu tempo. Junte o estresse profissional a... - Quase disse Ashley, mas não queria fazê-lo lembrar a mulher que ele perdera - ao fato de não ter nenhuma diversão há muito tempo, e terá todas as razões de que precisa para ir comigo.

- Mas, Demi...

- Não quero ouvir mais nada Joe. Não vou obrigá-lo a aceitar meu convite. Tenho certeza de que encontrarei muitos outros interessados em levar-me a um hotel paradisíaco para uma semana de sonho.

- Uma semana? Pensei que fosse apenas dois ou três dias.

Martin aproximou-se com o jantar.

- Agora, Demetria, coma e esqueça tudo sobre ontem à noite.

Ela se debruçou sobre a mesa e respirou fundo.

- Obrigada, Martin!

- Uma semana - Joe resmungou quando o maître afastou-se.

Automaticamente, ofereceu um camarão a Demetria. Ela o aceitou e mordeu o quitute com gosto, deixando a parte da cauda na beirada de seu prato enquanto suspirava satisfeita.

- Uma semana - confirmou - E como disse, encontrarei um homem que queira acompanhar-me. Afinal, o pacote já foi pago. Vamos passar os dias sentados na praia, bebendo drinques gelados e saborosos.

- Dem, você não bebe...

O problema com os advogados era a maneira literal como interpretavam qualquer comentário.

- Não bebo aqui, mas em uma praia paradisíaca... Quem sabe? E já que não quer ir comigo, vejamos se pode ajudar-me a pensar em alguns candidatos.

- Demi! - Joe começou com aquele tom irritado. Não sabia por que insistia em discutir com ela, se já sabia quem seria o vencedor.

- Vejamos... Martin gosta de mim. Talvez queira descansar um pouco. Sabe se ele é casado? Não deve ser, ou já teria falado sobre a esposa. Somos amigos, não? Sim, talvez ele queira ir comigo.

- Martin não irá com você a lugar nenhum. Os clientes do clube não sobreviveriam sem ele.

- Tem razão. E alguns jamais me perdoariam. Bem, quem pode estar disponível em seu escritório? - Enquanto esperava pela resposta, provou o fetuccine e fechou os olhos para desfrutar melhor do prazer proporcionado por uma boa refeição. Algo se manifestou no peito de Joe. Algo que não devia manifestar-se enquanto observava uma amiga. Devia ser o vestido. Sem duvida fora criado para levar um homem a pensar no pecado. E pensar em certas coisas com Demetria, sua irmã, sua melhor amiga, era quase pecaminoso.

- Quem está disponível no escritório? – repetiu.

- Ninguém!

Ela abriu os olhos e engoliu a comida.

- Não está sendo muito útil.

- Eu sei - Joe mordeu um camarão como se ali residisse a culpa de todos os males do mundo.

- Bem, se não conhecesse ninguém, acho que tenho que ir à caça. O problema de trabalhar em uma loja de vestidos é que poucos homens passar por lá, e poucos que aparecem já são casados ou comprometidos.

- Caça? - Odiava imagens geradas em sua mente pela simples palavra.

- Sim caça. Como acha que conheci Chad? Não foi no trabalho. Respondi ao anuncio que ele pôs nos classificados do jornal.

- Está mentindo - Aprendera a esperar o inusitado de Demetria, mas responder a anúncios desse tipo... Bem, isso ia alem do inusitado.

- Não, Joe - ela respondeu com um sorriso doce - Toneladas de rapazes escrevem para os jornais todas as semanas. Um deles vai se interessar por uma semana em um paraíso tropical. Imagino que não vai ser fácil dividir o quarto com um desconhecido, mas... O que posso fazer?

- Ah, moi petite, sei que não costuma beber, mas pensei que o vinho poderia complementar e o prato e animá-la. Estamos todos muito preocupados com você - Martin anunciou com seu sotaque francês. Demetria sorriu.

- Já estou animada. Diga a Vicenzo que irei parabenizá-lo assim que acabar de comer.

Martin serviu um pouco de vinho em uma taça e entregou-a a Joe, que assentiu sem sequer olhar para a bebida.

- Devo servir?

- Eu mesmo sirvo. - Ele tomou a garrafa do maître para despejar o vinho em dois copos.

Demetria comeu mais um pouco de fetuccine e suspirou.

- Joe, isto aqui é o paraíso na Califórnia.

- Sim

- Mas você nem experimentou a massa!

- Eu disse sim, vou com você

Demetria balançou a cabeça...

- Mudei de idéia. Não seria justo. Afinal, seu trabalho é muito importante e você é um homem muito ocupado. Trabalhar em uma loja de vestidos não é tão importante quanto empenhar-se em proteger e servir a comunidade.

- Essa é a polícia.

- Oh, os policiais também servem e protegem, mas é você quem manda os bandidos para a cadeia. Não quero privar os cidadãos de Los Angeles de sua proteção. Certamente encontrarei alguém.

- Demi, a única coisa que protejo é a responsabilidade comercial - Sentia os primeiros sinais de uma terrível dor de cabeça - E você não vai encontrar ninguém.

- Já disse que não, obrigada. Agora coma, está bem? O último caso o deixou bastante abatido. Você parece cansado. - E roubou mais um camarão de seu prato.

- Estou ótimo e nenhum outro homem vai levá-la a lugar algum. Ouça o que eu digo, Demetria Devonne Lovato, não haverá outro homem com você nessa viagem.

- Joe...

- Por favor - ele apelou.

- Se insiste... - encolheu os ombros.

Como ela conseguia? Por que sempre o levava a fazer aquilo que ela queria, a praticamente implorar para ela fazer o que ela mesma esperava que fizesse? Não conseguia entender as mulheres, e Demetria era um desafio ainda maior. Na maior parte do tempo, esquecia que ela era uma mulher, era apenas Demetria. Mas em momentos como aquele, lembrava-se de sua feminilidade com força espantosa.

- Tem certeza que pode afastar-se no escritório?

- Não, mas parece que não tenho muitas alternativas.

- Está enganado Joe. Sempre existem alternativas.

- Não para mim!

- Escute, sou uma mulher adulta. Não preciso de sua companhia só porque sente que tem o dever de acompanhar-me. Sei cuidar de mim mesma e tenho certeza de que encontrarei um homem que queira ir comigo. 

- Já disse que eu vou.

- Oh, sim, e mostrou tanto entusiasmo quanto na última vez em que foi ao dentista. Esqueça, isso Joe.

- Demi, vamos esclarecer esse assunto de uma vez por todas. Eu vou com você!

- Quer mesmo ir? Não se importa por ter de dividir um quarto comigo? Podemos nos revezar. Numa noite eu durmo na cama e você no chão. Na outra, trocamos de lugar. Sei que fingir que somos um casal não vai ser muito divertido, mas a praia terá toda a diversão que precisamos.

- Não precisa convencer-me de nada. Já disse que vou com você.

- Tem certeza?

- Absoluta!

- Bem, se é assim... Estava mesmo pensando que você precisa de folga. É perfeito. Enquanto eu estiver cuidando do meu bronzeado, você poderá ler algo que não seja um processo ou um contrato.

- Talvez leve alguns documentos para examinar.

- Oh, não, nem pense nisso! Vamos sair de férias, você vai relaxar e divertir-se. Quando foi a ultima vez que fez algo pelo simples prazer da diversão?

- O que é diversão nesse caso?

- Não sei. Por que não me diz? O que considera divertido atualmente? Você adorava jogar basquete, mas nunca mais foi a uma quadra.

- Não tenho tempo!

- Também não tem mais tempo para assistir aos jogos no ginásio local. Não encontra os amigos. Não vai à praia para andar, tomar sol ou ficar deitado olhando o céu. Não sai para andar na chuva. Só porque isso, meu caro... é divertido.

- Não acho divertido ficar ensopado. Posso chegar aonde quiser sentado em meu carro e seco.

- Você é incorrigível!

- E você não entende as exigências de minha profissão - Pessoas contavam com ele. Clientes acreditavam em sua eficiência. Não podia abandonar tudo para brincar na chuva. Não tinha tempo para brincar. E passara a ter menos tempo nos últimos meses. Nenhum deles havia mencionado que o desinteresse de Joe por atividades divertidas coincidia com o rompimento com Ashley. De alguma forma, sua ex-namorada estava sempre presente nas conversar que tinha com Demetria, embora não pronunciassem seu nome.

- Então, mude de profissão. - ela sugeriu encolhendo os ombros.

- O que?

- Se tem um trabalho que o envolve a ponto de não deixar tempo para a diversão, escolha outro trabalho. Pode afirmar com sinceridade que gosta do que está fazendo? Levanta-se pela manhã a canta de alegria por não poder esperar pelo inicio de mais um expediente no escritório?

- Demi ninguém gosta tanto assim de um emprego.

Há anos tivera aquela mesma inocência, mas centenas de contratos, reuniões e audiências haviam destruído a idéia de que uma profissão podia ser gratificante a esse ponto. O que fazia era ganhar dinheiro para Ericson e Roberts. E quanto mais dinheiro ganhava, mais casos recebia para poder ganhar mais. Era um círculo vicioso que não conseguia romper.

- Eu gosto! - ela respondeu. Vender e ocasionalmente desenhar vestidos não tem o mesmo glamour de ser um advogado, mas adoro o que faço. - Demetria balançou a cabeça - Esqueça o que eu disse. Vamos pensar apenas em tirá-lo da cidade sem que leve o escritório na mala.

Joe a viu terminar de comer e teve a sensação de ter perdido uma batalha que nem sabia estar disputando. Demetria vencera o 1º turno!


5 pra proxima...
Obrigada Marina e Samy, pelo reconhecimento.
E Lais... OBRIGADA PELO SELINHO!!!
Leiam o blog dela: http://lala-eternamentejemi.blogspot.com.br

7 comentários:

  1. perfeitoooooo. demi consegue tudo o q quer kkkkkkk pobre joe viu
    posta mais logo

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  2. Own obg amore a fic ta muito boa ansiosa por eles fingindo ser um casal posta logo pf, gostei muito da Demi nessa fica
    Samy

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  3. Esperando ansioso para o próximo cap

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  4. Esses dois me irritam mais to adorando leia mais pra mim AHAHAHA

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  5. Hey pq vc ñ ta postando????
    POSTA LOGO PLEASE
    PS.: leitora nova

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